BDPW Top 6 #4

Para conferir a quarta edição do TOP 6, clique no título do post.

*COMENTAR AS POSTAGENS/QUADROS AUMENTA A CHANCE DE RECEBER PUSH.

*Foram escolhidas as 6 melhores promos feitas no card do PPV Unforgiven.

⚠️ AVISO ⚠️

A partir dessa edição do Top 6, o formato será um pouco diferente. Visando a uma maior interação entre quem escreve e quem lê, o quadro passará a analisar somente os comentários de quem estiver comentando nos quadros da BDPW em geral, não necessariamente somente nesse. Isso não significa que você tenha de comentar toda semana no quadro para aparecer, e nem que, ao comentar, você terá sua presença garantida. Significa que serão lidos, em regra, somente os comentários de quem estiver corriqueiramente comentando nos quadros da BDPW. A partir dessa leitura, serão escolhidos, naturalmente, os melhores, e assim será confeccionado o quadro. Acreditamos que, além de proporcionar maior interação, essa medida tende a gerar mais oportunidades para que novas pessoas apareçam no quadro, cumprindo, assim, a sua função primordial, que, mais do que exaltar comentários ótimos, é ajudar a melhorar comentários.

SAMUEL SHAW

O que chama atenção em suas promos, primeiramente, em relance, eu diria que é a escrita do Master. Parágrafos curtos, porem objetivos. São 2 partes de promo mas que você lê como se fosse uma. Um conceito não muito mais usado até por mim mas se desenvolvido da maneira certa, certamente nós trara uma leitura tão boa como essa.

Shaw nos conta uma história de sua infância, fazendo paralelos (ou não) com o seu combate com Rude. A forma como ele usa a sua falta de favoritismo é muito inteligente. Coloca Rick Rude com seu ídolo, em um pedestal para logo depois lembrar que Rick também é um humano, e humanos sangram. Eu diria que caiu como uma luva para essa situação. Indo um pouco pro final da promo, um leve detalhe: que melhor forma de demonstrar pro seu idolo que você está pronto para matar ele? Assine a sua promo com o nome de um homem que literalmente já fez isso!

Ótima promo, digna de PPV. Merecendo de fato, um lugar especial nesse quadro.

MAKI ITOH

Ok, eu tenho que admitir, eu não achei que coisas iriam realmente ficar tão sérias aqui. Não falo isso por colocar Maki Itoh no Top 6 mas sim, do nivel de desempenho que o Guns nos mostrou essa noite. O cara realmente levou a sério o combate, coisa que eu não achava que aconteceria e entregou o melhor da Maki Itoh em uma só promo.

Digamos que em um tom mais sério mas ao mesmo tempo, bem humorado, Maki nos conta o que passou até aqui e as diferenças entre ela e o seu adversário. WALTER pode ser um big boy, mas Maki tem a big head, quem que encara isso? Saindo um pouquinho do tom de comédia e indo mais fundo, Maki sai da sua zona de conforto e fala sobre a falta de sucesso de WALTER em suas ações, deixando a promo ainda mais completa. 

Ótima leitura, rendendo boas risadas do inico ao fim. Maki Itoh no Top 6, não esqueçam de irem se fuder, abraços.

MR. PERFECT

Venho a dizer que esse combate em questão do Perfect com o Cesaro foi um dos melhores a se ler nessa noite. Ótimas promos, sem dúvidas nenhumas mas claro, havia de ter um vencedor. Vamos descorrer sobre isso.

Perfect no jeito mais arrogante possivel, fala da seleção natural e como é simplesmente, predestinado a fazer o que faz, ótimo trabalho de Heel. Indo mais a frente, dá diversos argumentos sobre porque Cesaro vai perder essa noite. O seu nível, as suas vitórias, outros fatos. Nesse quesito, eu tenho dizer uma coisa: Cesaro não ficou atrás em momento algum. Onde eu quero chegar á isso? Para mim, onde a vitória foi decididade e isso é: quando Perfect fala sobre sua Match. Nesse ponto, eu acredito que o Luka foi impecável. Fala sobre a arriscada estipulação e sobre tudo que está em jogo. O nivel de profundidade nesse nivel para mim, coloca Perfect um passo a frente na situação. 

Ótimo trabalho para os dois, Luka e Souza. Mas dessa vez, o Superman encontra a sua Kriptonita. Se na outra promo de Percect faltou alguma coisa, nessa foi muito pelo contrário. Ótimo trabalho.

GABRIEL PACCIONI

Paccioni nos brindou, nessa semana, com um comentário que beira a unanimidade. Logo de início, pode-se notar a sua preferência por parágrafos curtos – talvez curtos até demais – e isso, como já comentei em outra oportunidade, é ótimo. Transforma a leitura em algo mais fluido e prazeroso.

Mas o mérito maior de Paccioni não é a estética do comentário. É o conteúdo. Paccioni consegue dialogar com o próprio personagem com uma competência admirável. Retrata, de forma simples, mas eficiente, o conflito interno vivido pelo personagem nas últimas semanas, dando claros sinais de quais serão os próximos passos, sem, contudo, citá-los expressamente. E isso, sendo ou não proposital, combina demais com o personagem do italiano.

Paccioni utiliza, também, de um recurso bastante interessante, que, confesso, não tinha percebido da primeira vez: a pausa entre os comentários. Eu já estava achando ótimo só a primeira parte, mas o gancho entre a primeira e a segunda, indicando uma reflexão do personagem, cai bem demais e torna o conjunto da obra ainda mais interessante. No segundo comentário, Paccioni mais uma vez usa da técnica de dizer sem falar. Tá louco, cara? Não. É exatamente o que ele faz: deixa claro o que quer dizer sem falar expressamente. Essa é uma técnica bastante agradável e que foge do padrão de comentários mais concretos e, por consequência, mais comuns.

A comparação que o autor faz com os membros da dupla adversária, utilizando-se de métodos simples, como o próprio nome da equipe, traz muita classe ao comentário, que ainda cita elementos interessantes como a caça de predadores. Encerra-se igualmente em grande estilo e faz jus, certamente, à participação no Top 6 da semana.

BANDIDO

Quem acha que não dá pra fazer comentários ótimos com gimmicks de comédia deveria repensar. Só nesse Top 6 já temos dois personagens tipicamente de comédia com comentários excelentes: Maki Itoh e, agora, Bandido.

Já comentei, anteriormente, sobre o uso de links nos comentários e sobre um certo risco que se corre ao utilizá-los, mas, no caso de Bandido, os links o direcionam para imagens feitas pelo próprio autor que ilustram, brilhantemente, o comentário. Claro que algumas piadas não tem a mesma graça, mas, no geral, as imagens são muito bem-vindas e demonstram um esforço ainda maior do autor, que ultrapassa o campo da escrita e alcança um âmbito igualmente criativo, através de ilustrações. Mais um recurso pouco utilizado e que, em alguns casos, pode ser bastante efetivo.

Mas o maior mérito de Bandido, nesse comentário, é a mistura excelente entre os momentos de palhaçada e os momentos um pouco mais sérios. O primeiro comentário tem uma pegada mais voltada para o humor, com mais imagens e piadas, enquanto o segundo aposta em uma análise um pouco mais controlada do personagem, mostrando o repertório incrível do autor, que consegue transitar do jocoso para a seriedade em poucas linhas, sem que seja estranho e, melhor, sem perder a qualidade.

Sim, pois, provavelmente, o primeiro parágrafo do segundo comentário de Bandido seja uma das melhores partes de comentário de todo o PPV. A naturalidade com que Bandido usa as palavras e, sobretudo, a ótima comparação entre videntes, como ele, e pregadores, como Seth, tornam o comentário brilhante, tendo conquistado, para mim, a sua presença no Top 6 exatamente ali.

A partir dali, alguns momentos mais detidos, outros mais cômicos, e um encerramento digno do excelente trabalho feito pelo autor, com a ótima analogia com o xadrez e o Cavalo de Tróia. Brilhante.

ONITA

A gimmick de ONITA é, provavelmente, a antítese perfeita aos padrões reproduzidos nos Fakes desde a sua criação até os dias de hoje. É a resposta aos perfeitos, riquinhos, estrangeiros, arrogantes, etc. Partir da premissa de que você é um lutador velho, com história no Pro-Wrestling e vindo de fora dos EUA é um convite perfeito ao clichê e à trivialidade. Convite que ONITA, nobremente, recusa.

Porque é muito fácil bradar palavras elogiosas ao seu personagem, espalhando para os 4 cantos do mundo o quão especial você é, o quão incrível você é. O que não é fácil é assumir as suas imperfeições, seus defeitos. Assumir o seu lado humano.

Vejo muitas pessoas que sentem enorme dificuldade em comentar após derrotas, porque, de fato, não é simples argumentar, em um Fake, sobre o porquê de você ter perdido, sendo que você disse que ia ganhar. Com ONITA, é diferente, porque é da natureza do personagem ser autêntico, saber que a idade chegou e buscar desafios para se testar, por amor ao esporte, pela adrenalina que isso gera.

Sem que isso, claro, torne o personagem acomodado ou repetitivo. ONITA trabalha, com clareza, o conflito interno existente no personagem, que, ao mesmo tempo em que sabe de suas limitações, preocupa-se com o seu legado e com as manchas que um cartel negativo pode causar. E esse conflito é elegantemente trabalhado durante o texto, com destaque para as frases curtas de “Valeu a pena?” colocadas no meio do comentário, que, obviamente, chamam a atenção de qualquer leitor, que, de pronto, entende a premissa básica do comentário.

ONITA reflete sobre legado, tempo e história, sem se tornar maçante, o que é sempre um risco, e sem deixar de lado a principal característica do lutador: a brutalidade e o estilo agressivo dentro do ringue, seu fiel companheiro de tantas batalhas. Comentário simples, conciso e elegante. Prova de que não é preciso fazer duas ou três partes para se ter um bom comentário, claramente digno de Top 6.